MARIELLE FRANCO, VEREADORA DO PSOL EXECUTADA NO RIO, DENUNCIAVA VIOLÊNCIA POLICIAL

Quatro dias atrás, a vereadora Marielle Franco, do PSOL, assassinada a tiros no centro do Rio hoje, denunciou nas redes sociais a violência policial na favela de Acari, zona Norte da cidade. “O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu Marielle.
Ontem, a vereadora voltou a denunciar a violência policial ao comentar o caso de Matheus Melo, de 23 anos, morto ao ser alvejado por policiais militares em Manguinhos, Zona Norte. “Mais um que pode estar entrando para a conta de homicídios da polícia. Quantos jovens precisarão morrer para que essa guerra aos pobres acabe?”, perguntou Marielle, que era socióloga.
Em 2016, a CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens concluiu que há um genocídio de jovens negros no país: a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no país. Muitas das mortes acontecem pelas mãos de policiais nos famigerados “autos de resistência”, onde a polícia atira e depois justifica o assassinato dizendo que o jovem negro “resistiu à prisão”. Marielle Franco também fazia críticas constantes à violência policial em seu perfil no twitter.
Nascida no Complexo da Maré, Marielle, a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016, com 46.502 votos, voltava de uma roda de conversa com mulheres negras na Lapa quando um carro emparelhou com o veículo onde ela estava. Os ocupantes abriram fogo contra a vereadora, que levou quatro tiros na cabeça, e fugiram. Segundo o jornal Extra, a polícia civil encontrou pelo menos oito cápsulas de balas no local.
As últimas imagens da vereadora foram publicadas em sua página, que transmitiu a roda de conversa, apenas algumas horas atrás.
“O Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar seu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco. Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação”, diz a nota oficial do PSOL. “A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos! Marielle, presente!”
O PT também soltou nota oficial. “O brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, é um crime que atinge diretamente a cidadania e a democracia. Marielle foi executada no momento em que vinha denunciando os abusos de autoridade e a violência contra moradores das favelas e bairros pobres da cidade, por parte de integrantes de um batalhão da Polícia Militar. O Partido dos Trabalhadores exige imediata e rigorosa apuração deste crime, que desafia abertamente a política de intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro. Nossa solidariedade aos familiares e amigos da companheira Marielle. Vamos prosseguir com sua luta contra a violência e os abusos contra os pobres”, diz o texto, assinado pela presidenta do partido, a senadora Gleisi Hoffmann.
https://www.facebook.com/MarielleFrancoPSOL/videos/546757069043223/
http://www.socialistamorena.com.br/marielle-franco-vereadora-do-psol-executada-no-rio-denunciava-violencia-policial/


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