Por Joabes Rodrigues.
No ultimo sábado (12) em Itarantim num Bar
localizado no bairro Senhor do Bom Fim conhecido popularmente por Mosquito,
aconteceu uma chacina, podemos caracterizar como chacina pela forma como
aconteceu, que creio eu que é do conhecimento de todos. Durante anos que vivo
em Itarantim nunca presenciei algo deste tipo.
A chacina vitimou a vida dos jovens
Alessandro Ferreira Santos (Sandrinho) 25 anos e Ricardo Fernandes (Banha), 24
anos.
Jovens que tinha tudo pela frente, um
grande futuro. Que naquela noite véspera dos dias dos pais teve a vida
precocemente ceifada. Aos familiares nossos sentimentos, também estamos
sentindo com vocês essa dor.
Itarantim deixou de ser uma cidade pacata,
são muitas interrogações que devemos fazer. Uma delas é a passividade da
sociedade em relação a essa problemática, não podemos esquecer que, de alguma
forma isso afeta todos nós. Uma outra, que creio ser a mais importante, é o
poder publico municipal juntamente com as policias Civil e Militar, queremos
saber quais são as medidas que os poderes tanto executivo como o legislativo
estão tomando em relação a onda de violência na nossa cidade.
A sociedade de Itarantim tem o dever de
interrogar os poderes competentes, que tem por obrigação gerar segurança as
pessoas. Quantos mais irão morrer para uma solução ser tomada com eficaz?
Alguém tem ideia de quantos jovens já morreram na nossa cidade, desde o começo
do ano? Vi na morte desse jovens a reação das pessoas, como se fosse normal,
uma inercia, um acômodo causado pelo medo como se Itarantim tivesse atingido a
normalidade da violência das grandes metrópoles, evidente que, para uma
população de 20 mil habitantes, morrer jovens dessa forma já é dados de entrar
no mapa da violência no Brasil que geralmente sai anualmente.
Vimos na morte de Ricardo e Alessandro,
como estamos tão desprotegidos e como a criminalidade migrou-se para as cidades
pequenas. Talvez pela falta de perspectiva da juventude que mora em cidades
pequenas, onde as politicas publicas não são aplicadas de forma onde a nossa
juventude venha ter acesso. Como, lazer, esporte e uma cultura onde eles possam
sentir acolhidos.
Basta darmos uma olhada nos nossos bairros
periféricos, sem estrutura, sem as mínimas condições onde possa oferecer lazer
de qualidade. Não existe nenhum projeto nessas localidade de praças esportivas
da juventude ou praças culturais. Não é falta de local, existe estruturas. São falta de planejamentos, que já vem a décadas de governos que nunca se importaram, culminando ao estado que estamos agora, que pode se tornar irreversível. Caso não pensar agora.
A falta de uma programação voltada a este
publico é um campo fértil e atrativo para o mundo do crime onde a juventude é
seduzida. É hora da sociedade de Itarantim se mobilizar, junto com o poder
publico e as varias organizações, porque se isso não acontecer, pode se tornar
impossível viver em Itarantim e teremos mais vida como a dos jovens Ricardo e
Alessandro ceifada precocemente.