Não
se pode pensar uma cidade sem antes pensar a questão ambiental, seus impactos
que as questões econômicas geram. Pensar as formas na sua biodiversidade que o
local tem como vocação.
Nenhuma
gestão compromissada com a cidade deixa em segundo plano uma discussão séria
sobre os problemas ambientais, como degradação, queimadas, revitalização de
nascentes e projetos de grandes impactos com que venha causar prejuízos às pessoas
e outras formas de vida.
Uma
cidade é pensada a parti desses princípios, articulada com pessoas de boa
vontade e utilizando o que já temos nas comunidades, de alguma forma as
comunidades trazem uma experiência de preservação muito grande da biodiversidade
que vem desde seus antepassados.
É
o que chamamos em muitos lugares de plantar de forma agroecológica, que nada
mais é uma forma de cuidar da terra sem degradar a natureza, ou seja; aproveitar
o que a natureza tem para se conviver.
A
parti dessas experiências, os órgãos competentes que por obrigação, tem que
pensar o sujeito (povo) como parte de tudo isso, como nos dizem a Encíclica
“Laudato Si” do Papa Francisco, que nos fala que, de forma direta estamos
ligados à natureza, a mãe terra e tudo que fazemos a ela estaremos fazendo
também a nós. O que alguns chamam nas tradições antigas de pensar, com um olhar
holístico de Pachamama ou Gaya.
Aqui
em Itarantim é uma região de agropecuária, bacia leiteira. Quem conheceu
Itarantim há 20 30 anos atrás sabe como essa região era rica em água e toda sua
biodiversidade, agricultura. Com uma variedade de plantação e suas nascentes eram
protegidas e perenes.
No
entanto, não se atentaram que com o desmatamento isso poderia causar sérios
problemas, tudo em nome da economia da região, desmatar, para plantar capim.
Itarantim
hoje paga um preço alto pela falta de organização e falta de uma politica
pensada e voltada para o meio ambiente. Hoje nos encontramos num grande
desafio, talvez impossibilitados da recuperação de algumas áreas. Vimos isso há
02 anos; uma crise hídrica sem precedente que se instalou em nossa cidade e região.
Teve
pessoas que viram carro pipa pela primeira vez. Chegamos à situação de uma cidade,
(antes zona da mata) rica em água, seus moradores serem abastecidos por carros
pipas. Tudo isso causado pela degradação econômica predatória, sem nenhum
cuidado e nenhum órgão para fiscalizar.
O
que mais nos impressionam com os órgãos competentes é que ano passado o governo
municipal de Paulo Construção, fez uma reforma, curioso que na sua chamada reforma,
como foi lá no inicio da escolha de seus secretariados, a questão ambiental foi
colocada como algo secundário.
A
pasta hoje está sobre a responsabilidade do que antes era secretário de obras. Na
reforma de Paulo, que não foi reforma, apenas remanejou o secretário para uma
pasta que a meu ver complexa, que exige diálogo com as organizações local, habilidade
e entendimento dentro da complexidade. Hoje até mesmo a cúpula do governo faz
suas críticas, por entender que querem colocar a questão ambiental em segundo
plano.
Um
ano de governo Paulo, e não houve ainda nenhuma inciativa em relação a essa
pauta. Não há nenhum plano pensado junto à comunidade, nem mesmo o conselho
municipal de meio ambiente que é a forma mais direta de dialogo com o povo, articularam
(lamentável).
O
que gostaríamos de ver é que, os vereadores e até mesmo a comunidade, estivessem
atentos a isso, convocassem o atual secretário para uma sabatinagem. Acredito,
eu que, para assumir uma pasta, cargo de confiança, com toda problemática que
passamos, e o moço não ter um projeto, é no mínimo ocioso e um grande tapa na
nossa cara.
Iremos
acompanhar atentos!