NÓS, PERDEMOS A CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR. QUAL A NOSSA RAZÃO DE VIVER?


Uma imagem choca mais que muitas palavras, o que te mais comove? O choro do Neymar na copa do mundo na Rússia logo após o jogo contra a Costa Rica, ou o choro da mãe da criança assassinada por policiais no Rio de Janeiro quando voltava da escola?
Fica uma lacuna entre nós, no que mais nos comovem em tempos de copa, afinal somos incapazes muitas vezes de fazer uma reflexão em torno de tudo isso quando a seleção joga e que estamos aplaudindo os afortunados atletas que ganham milhões em seus clubes.

Uma imagem nos comove, uma mãe chora ao ver seu filho cravejado com balas no corpo e na Tevê um Neymar pós jogo se joga num gramado aos choros e com ele choramos juntos “emocionalizados” já pela nossa estrutura que o tempo nos forjou como um país do futebol que por uma janelinha mágica feita de cores e luzes adormecemos. Enquanto isso uma mãe grita no silencio de uma multidão que, aplaudindo um Brasil onde Neymar chora e depois goza de seu bel-prazer de ser de um Brasil violento onde pobres morrem todos os dias sem ninguém notar.

Mais um silencio em tempos de copa, mais um grito, mais uma mãe perde um filho e perde de forma trágica onde quem representa o estado não viu que uma criança usava uma farda de colégio, mas mesmo assim disparou contra aquele corpo que já era inerte e pobre. Com certeza iremos sorrir e nos sentir felizes com a seleção, mas iremos nos envergonhar com o nosso país que pratica seus extermínios contra jovens, mulheres e crianças da periferia deste país grande, onde uma copa vale mais que vidas, estamos num estado de total alienação que, não notamos e não nos indignamos.
Quantas mães mais irão chorar em tempos de copa?

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