Por Weslei Pinha.
E SE O INFERNO NÃO EXISTISSE?
Lembro-me
de uma conversa teológica entre jovens da minha comunidade de fé há mais de uma
década. Uma das nossas pautas de discussões foi a existência do inferno. Em
meio às citações de versos bíblicos, bem como as representações da assombrosa
imagem do Hades, alguém afirmou: “Se o inferno não existisse nós não
permaneceríamos na fé”.
Essa
afirmação de anos atrás e rememorada agora, me fez pensar o quanto superficial
e até falsa pode ser a nossa fé e amor pelo Salvador.
A inconsciente sinceridade daquele amigo é
na verdade a expressão do tipo de cristianismo que domina a mente e o
comportamento de parte da comunidade cristã brasileira – A fé do medo e não do
amor. A fé das motivações equivocadas.
Meu amigo revelou sua real razão em seguir
Jesus – Medo do Inferno. Foi ignorante, mas sincero, ao afirmar que se não
fosse às chamas do hades, estaria naquele momento se deliciando com a prática
dos mais diversos pecados. Além disso, insinuou que além dele, essa seria
também a razão da fé de outras pessoas (o que acredito piamente).
Perguntar a essa altura o que de fato nos
motiva ser cristãos é algo pertinente. Assim podemos pensar na cultura
religiosa impregnada na família que posteriormente se tornou mero habito; O
gostar do ambiente religioso, bem como sua subcultura evangélica; Os interesses
pessoais evidenciados pela busca alucinante por milagres. Sendo a prosperidade
financeira o number one. Além disso, acrescento o temor de uma prestação de
contas futura ante tribunal de Deus. Essas e outras podem ser algumas das
nossas equivocadas razões para a adesão e fidelização da fé cristã.
Deus se importa com nossas motivações. Para
ele não basta fazer a coisa certa, é preciso fazer o certo com a motivação
certa. Brennan Manning citando T.S Eliot em seu livro “O Evangelho Maltrapilho”
diz que: O maior pecado de todos é fazer as coisas certas, com as motivações
erradas!
Assim, onde você estaria? O que estaria
fazendo? Qual seria seu estilo de vida se o inferno não existisse? Nossa resposta
ante esses questionamentos podem denunciar o quão superficial e pseudo é nossa
fé.
Por isso…
Não o medo, mas o amor!
Não o juízo, mas a cruz!
Não o inferno, mas Cristo!
Não o medo, mas o amor!
Não o juízo, mas a cruz!
Não o inferno, mas Cristo!
Weslei Pinha é Pastor da 1º Igreja Batista de Itarantim.
Formado em teologia pelo seminário Batista Sul Baiano e história pela Universidade do Norte do Paraná.