Ano passado
foram registrados 4.539 homicídios de mulheres, dos quais 1.133 foram
considerados feminicídio pela polícia
O Brasil
registrou 60.018 estupros, 164 casos por dia, e 221.238 crimes enquadrados na
Lei Maria da Penha (606 casos por dia) ao longo de 2017. O número de estupros
representa um crescimento de 8,4% em relação a 2016, mas não é possível saber a
variação relativa aos casos de violência doméstica, já que este é o primeiro
ano que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública captou dos Estados dados dessa
natureza.
Especialistas
do Fórum acreditam que ambos os registros estejam subdimensionados dada a
dificuldade de registro na polícia desses crimes. Ainda assim, a quantidade é
considerada alarmante e pede a implementação de políticas específicas, como
treinamento adequado de policiais que atuam em delegacias especializadas em
atendimento à mulher.
Nos 12
meses do ano passado, foram registrados 4.539 homicídios de mulheres (alta de
6,1% em relação a 2016), dos quais 1.133 foram considerados feminicídio pela
polícia. A lei prevê que quando o crime ocorrer numa situação de violência
doméstica e familiar ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher
ele deve ser registrado como feminicídio, o que pode aumentar a pena do
criminoso em até um terço.
O Fórum
acredita que o número de feminicídios registrados poderia ser maior. A
diferença, diz, se dá em razão do pouco tempo da lei implementada em 2015 e
dificuldades da polícia em reconhecer as situações de vulnerabilidade da
mulher.
O
diretor-presidente do Fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, lembrou do caso
recente registrado em Guarapuava, no interior do Paraná, cuja acusação aponta
que o professor Luis Carlos Manvailer foi o responsável por atirar a advogada
Tatiane Spitzner da sacada do apartamento da casal, matando-a na hora. "A
violência doméstica precisa ser reconhecida como um problema público. As
câmeras estavam lá para monitorar o motoboy que entrega a pizza, mas não para
intervir em casos como esse?", diz A defesa de Manvailer nega o
crime.
Homicídios
bateram recorde
O Brasil
bateu em 2017 o recorde de mortes violentas intencionais, como homicídios e
latrocínios, da sua história. Foram 63.880 vítimas, o equivalente a 175 por dia
ou 7 por hora. A taxa de mortes por 100 mil habitantes atingiu a marca de 30,8.
Os dados foram revelados nesta quinta-feira, 9, pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, em São Paulo. Em 2016, o País havia registrado 61,6 mil
mortes violentas. Em um ano, o crescimento da taxa foi de 2,9%.
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